terça-feira, 2 de outubro de 2012

Canção do Preciso

"Minha terra tem pessoas, Aos quais não tenho cá;
As pessoas que aqui tenho, São diferentes das de lá.
Nossas ruas não têm pedras, Nossas ruas têm asfalto,
Nossos carros têm mais vida, Nossos mecânicos mais rancores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontrava eu lá;
Mas minha terra não tem empresas,
As quais encontro cá.

Minha terra tem primores, mas gente morre de fome lá;
Em comer — sozinho, à noite — Mais prazer encontro eu cá;
Que na minha terra, Onde trabalho não há.

Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá, para visitar;
Sem que desfrute os primores E logo volte para cá;
Minha nova terra, Onde trabalho há." Alex Pinto

quarta-feira, 14 de março de 2012

Vendo minha saudade e minha poesia.

Ah, que saudade!
Saudade da boa poesia, da boa arte.
Saudade da obra prima do escrever,
Ah, que saudade!

Ah, que saudade eu sinto!
Dos amores de Vinicius,
e da pedra do Drummond.
Só me restou a saudade.

Quanta saudade da poesia feita pela arte,
Da poesia não burguesa, que não procura por vintém.
Ah, como eu sofro de saudade!

A poesia só fala o que dela é quisto,
E o ideal escorre como sangue derramado,
Enquanto da boa arte, só restou saudade.

Alex Barcellos Pinto

sexta-feira, 2 de março de 2012

Aprendi a por um sorriso falso no rosto e torná-lo infinitamente real.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Uma crônica pelo “bicho humano”.

Saindo do trabalho hoje, passei na Moderna para tomar um café e fiquei olhando as notícias na Ana Maria Braga. O que vi me fez perder completamente a fome. No período de 3 minutos, assisti a duas notícias de espancamento e morte de pessoas em diferentes lugares e a uma de maus tratos a uma cachorrinha que foi queimada por algum produto químico. Pois é, além das notícias trágicas, o que mais me fez pensar foi o fato de que as duas primeiras, que se tratavam dos humanos mortos e espancados, tiveram 30 segundos de duração cada, enquanto que a da cachorrinha teve duração de 2 minutos, com direito a discurso da Ana Maria após a matéria. A escolha da prioridade de tempo se deve a quê? Inversão completa de valores ou simplesmente sensacionalismo em busca de audiência? Independe. O que acontece é que de nada adianta idolatrar os animais e descrever ou aceitar o ser humano como espécie predatória e malévola. De que adianta "ajudar" espécies mais fracas e repudiar a sua própria? Que mudança é possível obter desse fato? Salvar um cachorrinho, um gatinho ou qualquer animal é um ato lindo (porém não creio que seja digno de louvor, pois vejo como um ato de humanidade), mas não te faz melhor ou pior do o teu próximo que, mesmo maltratando animais, é tão humano quanto você, que não pensa duas vezes antes de esmagar um mosquito com um bater de palmas. Todo o ser humano é levado naturalmente ao erro. Somos a única espécie agraciada com racionalidade e inteligência. No momento em que nos comportamos como a nossa, dita, origem, os outros, que cometem os mesmos erros em proporções diferentes, se levantam para julgar e apontar o dedo. Não defendo aqui os maus tratos com os animais, jamais seria capaz disso, mas defendo aqui a inconstitucionalidade do julgamento humano: “Ah! Mas eu nunca bati em nenhum cachorro ou animal qualquer”. Tem certeza? Nunca matou uma rã ou uma lagartixa simplesmente porque elas entraram no mesmo ambiente que você? Se sim, você não é nada melhor do que aquele cara que atirou o produto químico na cachorrinha. Assista a seus erros de camarote e veja como é possível corrigi-los completamente. Os mosquitos agradecem se você usar um repelente em vez de um inseticida. A vida humana é frágil, perigosa e simples. Frágil porque somos movidos por sentimentos e emoções, o que a deixa, também, perigosa; simples porque suas respostas estão nos seus problemas. Mudar uma vida é muito melhor que condená-la. “Essas pessoas que maltratam os bichos tem que ir para a cadeia”! Não seria melhor colocá-las para trabalhar nas instituições de proteção aos animais como penitência, nas quais poderão aprender a respeitar as outras formas de vida e ter a oportunidade de serem tocadas pelo afeto do animal que feriram? Essa seria a provável melhor solução, mas, primeiro, seria necessário ensinar aos trabalhadores destas entidades a amar o seu igual, indiferentemente do erro que ele tenha cometido. Seria possível amar parcialmente? Amar o ser mais fraco, mas detestar o seu igual? É difícil de acreditar que isso seja possível. O humano que salva um cão é louvado, mas o ser humano que salva um ser humano salva outros inúmeros animais e humanos, gerando o verdadeiro “efeito dominó” da boa existência.

Alex Barcellos Pinto

domingo, 8 de janeiro de 2012

"Melancolia é como uma droga que te prende e te faz dependente de memórias passadas. Ela traz consigo uma falsa releitura dos sentimentos vividos no passado, ressentimentos. Sinto muito, a cada dia que passa lembro menos do passado e sonho mais com o futuro. No momento em que me dou conta de todo o futuro que há por vir, simplesmente percebo que não tenho tempo para perder e que por isso não posso permitir ressentir meu passado, enquanto há tamanhas grandiosidades para serem vividas. Meu passado não me fez como sou, mas sim eu o fiz ser como foi. Desisto, logo, de uma vida de lembranças por uma vida de constante futuro." - Rei Sonâmbulo