quinta-feira, 20 de setembro de 2007

A esperteza!


- A esperteza do cego está,
no simples fato de não ver.
Hoje em dia isso é muito valioso
tão valido quanto a esperteza do mudo,
de não falar. - diz o sabio ao seu pupilo.

- Mas não sou cego nem mudo,
então qual minha esperteza? - revida o pulilo.

- Ora! caro jovem!
Feche os olhos e cerre os dentes! - responde o sabio.

-Mas porque essa esperteza vale tanto
grande sabio?

-Caro jovem, se não virmos a hipocrisia que nos cerca,
não aprenderemos a ser hipócritas,
pois seriamos tão hipócritas quanto estes,
se da mesma forma os criticassemos!

- Nossa quanta hipocrisia! - Comenta o jovem.

- Psiu!!!! - diz o sábio!


Alex Barcellos Pinto
(kinder)03/03/07

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Sem volta


Carregais a flor ao teu simplório jarro,
inundas teu peito com o doce aroma,
guerreia contra a saudade eterna,
seguindo teu caminho sem parar.

Pois teu sono se aproxima,
e nada há de acorda-lo ao chegar,
a luz dos anjos ira te clarear,
e a chama negra te cobiçarás

Eis teu caminho, incredolo,
qual seguiras? Ah! jamais decidiras!
Pois neste sono não sonharás!

As noites te trarão o medo,
e acordado sem ver estará,
vendo os justos de outrora dormirem.

Alex Barcellos Pinto
(kinder)29/12/05

domingo, 9 de setembro de 2007

Escravos


Tive, nada e, agora tudo!
Nunca me senti assim,
como nas brancas nuvens,
em que os anjos se deitam.

Doces e negros foram os meu dias,
que logo a vida negou-me.
Sinto me triste, pois parti
sem nada conseguir.

Era mais um tentando fazer,
aquilo que por outros é destruido,
e logo destruido fui.

Não sou digno do que agora recebo,
embora tenha outrora lutado,
faltou sorte e não força e coragem.

Talvez agora daqui eu consiga um pouco mais
pelo mundo que muito amei em vida,
e mesmo em morte não desamo.

Como um anjo me vejo,
mas como um porco me sinto,
por ver que a raça o qual fazia parte
é um escravo imundo da ganancia.

Rezo daqui, pelos pobres e pelos ricos,
mesmo que estes muitas vezes não mereçam,
pois ainda aqui continuo humano,
e para todos devo, desejo o melhor.

Alex Barcellos Pinto
(kinder)/07/12/05

Esse texto é antigo mas está valendo a idéia que ele passa!
Então ele fica ai! Espero que tenha gostado!
falow t+!

Bem vindos!

Agradeço a todos por terem acessado meu novo blog criado para expor algumas das "coisas" que escrevo. E para abrir esse blog com chave de ouro, vai ai uma poesia de todo aquele que aprecia bons textos e bons poemas.
(Um dos meus preferidos, dentro deste tema!)
Poética

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente

protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja
fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante
exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes
maneiras de agradar às mulheres, etc
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.


Manuel Bandeira